Comece pelo básico: guardando dinheiro.

A abordagem mais prática para se começar qualquer negócio é você se permitir ter um o suficiente guardado para poder gerir seu próprio negócio assim que você o começar.

Comece permanecendo em um emprego por algum tempo até que você tenha o suficiente para começar a sua empreitada empreendedor. Isso significa que você terá dinheiro guardado para caso você não consiga nenhum cliente por pelo menos 6 meses.

E enquanto você permanece no seu emprego, você guarda dinheiro e começa construindo o seu site, suas redes sociais, produzindo conteúdo, compartilhando trabalhos (que você possa compartilhar) com quem te segue. Seu objetivo nesse estágio é preparar todo o terreno necessário para te dar sustentação lá na frente. E se você é apressadinho(a), acalme-se. Até ter esse terreno preparado você pode levar anos.

Lembre de postar imagens do seu trabalho no Instagram, no Behance ou no Dribbble. Esses dois último sites são especificamente criados para te auxiliar na publicação de projetos criativos.

Agora o ponto importe: quando você tiver uma oportunidade de fechar projetos através de uma requisição de algum potencial cliente, comece precificando aquilo que você considera que o seu trabalho valha. Afinal, você terá como base o seu emprego atual que te provê algum sustento e pode aproveitar para não parecer desesperado frente ao cliente. Ou seja, você tem como salva guarda o seu trabalho e pode explorar oportunidades de fechar projetos por um preço maior do que aquele que você ganha atualmente. Mas não coloque preços exorbitantes. Caso contrário seu cliente não te retornará.

O importante é você entender que, assim que você começar a gerar várias requisições de projetos, você poderá eventualmente encerrar seu contrato no seu trabalho formal.

Você tem uma arma secreta: suas perguntas.

Um dos principais erros que você pode cometer quando está começando um negócio é assumir que você possui todas as respostas. Quando você faz isso, você tenderá a ouvir muito menos e a fazer menos perguntas.

O que você deve fazer é exatamente o contrário: pergunte mais e ouça. Há um autor que diz a seguinte frase: “Quem faz mais perguntas em uma conversa possui o controle dela”. E a ironia é exatamente essa; quando você faz uma pergunta você dá à outra pessoa a sensação de estar no controle. É imperativo que os seus clientes sintam que estão no controle do engajamento com você e que você esteja atento à todas as palavras que eles dizem.

Faça perguntas abertas de forma calibrada.

Esse tipo de pergunta geralmente começa com um “o que” ou “como”. Ajude seus clientes a pensarem através de um problema e tornar o processo de decisão ainda menos assustador. Ao fazer isso, você construirá um relacionamento mais forte e maiores serão suas chances de ganhar a sua confiança. Eles passam a entender que toda solução que você possa oferecer acabará vindo de um ambiente de entendimento das suas vontades e necessidades.

Freelancer vs. Dono do seu negócio

Há uma grande diferença entre ser um freelancer e gerenciar o seu próprio negócio. Se você é um freenlancer, você é um empregado temporário sem os benefícios de ser um empregado contratado. Você será pago geralmente ou por hora ou por dia de trabalho, e provavelmente não terá todos as preocupações de pessoas que trabalham por período integral.

A empresa que contrata um freelancer assume várias responsabilidades então você é responsável pelo seu próprio seguro e poupança para o futuro. Em certas áreas o freelancer é tão comum quanto você respirar oxigênio.

Por outro lado, se você está operando como um negócio, você terá problemas fiscais, passivos, seguros e assim por diante. Você tem muito mais com o que se preocupar mas as áreas importantes que você precisa aprender são marketing, vendas, trabalhar com clientes e gerenciar sua equipe.

Saiba no que você está se metendo.

Existem alguns conceitos fundamentais que você precisa adotar se quiser começar seu próprio negócio.

Abrace os fatos:

Primeiro, você vai fazer mais gestão e menos trabalho prático. Isso é vital para o sucesso da sua empresa. Em segundo lugar, você precisa dominar as vendas e se sentir confortável fazendo isso (ou contratar alguém para fazer pra você), precisa dominar marketing e orçamentos, pois ninguém pode vender projetos melhor do que você quando o assunto é o SEU NEGÓCIO. Essa habilidade é fundamental. E por fim, você vai trabalhar mais do que qualquer outra pessoa e você vai ganhar provavelmente menos dinheiro.

Se você ainda não tinha notado tudo isso, bem vindo ao empreendedorismo.

Você provavelmente falhará bem mais do que acertará.

Essa é apenas a ordem natural das coisas. Entenda que o fracasso é o resultado de você tentar coisas novas. Você crescerá aprendendo com cada falha e se preparando para possíveis contratempos.

Pode não parecer, mas obstáculos são sim uma coisa boa. Eles testam os fracos daqueles que estão totalmente prontos para alcançarem seus objetivos. Portanto, concentre-se no seu processo, não nos resultados. Quando você estiver licitando um novo projeto e ele não prosseguir da forma como você esperava, não se culpe e fique encontrando falhas. Tenha um objetivo e uma conversa justa consigo mesmo. Pergunte-se: “o que eu posso fazer melhor? O que eu posso aprender?” Ambas as perguntas podem levar para um crescimento vantajoso dentro de si mesmo.

Se você não está motivado, seus objetivos ainda não são claros o suficiente.

Nem todo mundo quer trabalhar nos finais de semana. Eu sei, eu te entendo. Mas se é um sábado ou domingo e você já colocou na sua cabeça como esses dois sendo “dias preguiçosos” sendo que você está disposto a crescer seu negócio, então provavelmente não há nada que te obrigue a sair da cama. Você só tem uma leve imaginação inflada do que é ter um negócio de fato.

Você precisa ter um objetivo que seja grande e audacioso pra você mesmo e que te motive a agir. Uma boa forma de traçar objetivos é utilizando a técnica S.M.A.R.T. Dê uma breve pesquisada no Google e você encontrará.

É fundamental ter metas para o seu sucesso. Elas é que garantirão que não falte motivação no seu dia a dia para tirar a bunda da cadeira e agir.

Os desafios de administrar um negócio criativo.

Designers são treinados para fazer trabalhos de design, não gerenciar e executar um negócio. Criar arremessos e clientes encantados com o que você faz não é um dom natural.

Quando você tem pouca exposição aos fundamentos do negócio, é difícil se separar do título de designer para se tornar um empresário de verdade.

Se você tiver a sorte de atender grandes empresas, eles sentirão sua inexperiência através do telefone ou do e-mail que você enviar. E isso automaticamente já é uma bandeira vermelha para eles pois grandes clientes não gostam de correr riscos desnecessários.

Os 3 principais desafios de administrar um negócio:

Produção

Isso consiste na criação dos produtos entregues e garantir que você sempre entregue algo de qualidade ao seu cliente. Isso não é mais um diferencial. É uma obrigação

Vendas e Marketing

Para que você consiga fechar negócios, você precisa ter a oportunidade de conhecer pessoas para que elas possam te considerar como uma escolha viável. E isso tudo virá através do marketing, do relacionamento e das vendas.

Gestão

Agora que você já sabe que precisa produzir excelentes projetos e atuar no seu marketing, como você gerencia tudo isso e outros profissionais criativos? O ponto crucial para entender a mente de um designer é que ele (eu incluso) é muito intuitivo, emocional e pensadores abstratos. Somos dois lados da mesma moeda.

Quando você acha que possui um caminho claro na direção criativa de um projeto, geralmente seu time de designers pode pensar o total contrário. E geralmente as reclamações que você tinha dos clientes que atendeu serão as mesmas que você terá do seu time de criativos. Não é fácil. E ninguém disse que seria.

O debate sobre Generalista vs. Especialista.

Pessoas criativas possuem a tendência ao novo, ao diferente, ao incomum. Nós gostamos de coisas estranhas e somos pensadores divergentes na maioria das vezes. A ideia de fazer as coisas repetidamente nos chateia e nos deixa assustados. Ou seja: nós tendemos a nos afastar das especializações.

Para você se tornar um mestre em algo você precisa se abster do “novo” e do “incomum”. Nós temos de ser capazes de trabalhar num mesmo tipo de projeto repetidas vezes para conseguir encontrar padrões que funcionam melhores que outros e montarmos um processo que seja útil e funcional. Dessa forma você terá muito mais valor aos olhos do seu potencial cliente.

Aqui eu te darei algumas sugestões básicas para você começar a pensar no longo prazo com a sua empresa.